Bactérias estão criando defesas contra os antibióticos e composição dos remédios deverão ser reformuladas
Pesquisador australiano emitiu um alerta de advertência de que, se não investirmos agora em novos antibióticos, infecções bobas como dores de garganta, poderão ser mortais para qualquer ser humano.
Seus apelos ecoaram no Reino Unido, mobilizando o chefe-médico da Assembleia Mundial da Saúde, aconselhando a emissão de um alerta internacional do fato.
O governo britânico já divulgou que irá publicar uma estratégia de 5 anos, mas que o problema ainda não será solucionado, a menos que vários países colaborem.
“Se não tomarmos medidas, em 20 anos, poderíamos retornar ao século 19, onde as infecções matavam em operações básicas de rotina”, declarou Sally Davies, em entrevista a Wired UK.
As palavras de Ian Chubb, cientista australiano, foram encaradas com temor: “Agora, enfrentar as bactérias que estão em desenvolvimento de resistência em um ritmo alarmante torna-se mais difícil”.
Embora a Austrália esteja enfrentando as mesmas ameaças que qualquer outro lugar do mundo quando o assunto é resistência bacteriana a antibióticos, – por exemplo, uma cepa da bactéria Staphylococcus aureus, comuns em infecções básicas de pele, respiratória e intoxicação alimentar, tornou-se extremamente resistente à meticilina – as autoridades de saúde do país estão em alerta.
A vizinha Papua Nova Guiné tem sofrido com números crescentes de caso de tuberculose. Os relatórios indicam que 14.749 são diagnosticados a cada ano.
A Austrália tenta ajudar o país a enfrentar o problema que vem ameaçando o povo, particularmente os habitantes do Estreito de Torres, localizado ao sul.
Nos dias atuais, as bactérias têm desenvolvido uma série de técnicas bioquímicas utilizadas na sua luta contra os antibióticos. Algumas podem produzir substâncias químicas que destroem as moléculas dos fármacos, afirma trechos do relatório do cientista australiano. Um pico nestes tipos de adaptações, muitas vezes, é atribuído ao uso de antibióticos na criação animal. Os animais recebem grandes doses de medicamentos para evitar infecções.
O que precisamos urgentemente, diz Chubb, é o investimento em novas vacinas e de novos antibióticos – duas coisas que foram deixadas de lado nos últimos anos pelas grandes empresas de farmacologia. O relatório instiga os cientistas que façam avanços estudando bactérias em seus laboratórios.
O pesquisador ainda salienta que precisamos de um grande investimento em P & D (pesquisa e desenvolvimento) ou correremos o risco de enfrentar uma verdadeira ameaça a humanidade devido a infecções bacterianas comuns e abundantes.
Reportagem: http://www.jornalciencia.com/saude/mente/2692-resistencia-a-antibioticos-podera-extinguir-humanos-ou-retroceder-a-idade-media
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