Associação estima processamento de cacau menor no Brasil e aumento da importação

Foto: Vinicius Fadel / Flickr
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O processamento de cacau no Brasil deve somar 212 mil toneladas neste ano, uma queda de 3,2% ante o volume de 2015, de acordo com dados compilados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). O volume equivale a 77% da capacidade instalada da indústria, que atualmente é de 275 mil toneladas.

Segundo a associação, a queda da produção da indústria processadora só não foi maior por causa do aumento das exportações. Em 2015, o mercado interno de derivados de cacau foi afetado por uma redução de 8,3% da produção de chocolates, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).

A AIPC estima que a exportação de derivados neste ano vai aumentar cerca de 19% em relação a 2015, para 69 mil toneladas. No primeiro semestre de 2016, as exportações de derivados como manteiga de cacau e cacau em pó geraram receita de US$ 133 milhões, valor 21% superior ao registrado em igual período do ano passado.

As importações da matéria-prima também devem aumentar significativamente. Em 2016 até agora, a indústria processadora brasileira teve de importar quatro vezes mais do que em todo o ano passado, por conta da quebra da safra de 2015/16 e do atraso na colheita do cacau na Bahia.

No Brasil, a produção de cacau, medida pela soma de recebimentos da indústria, deve cair de 209 mil toneladas na safra 2015/16 para algo em torno de 150 mil toneladas em 2016/17. Este deve ser o pior resultado da produção de cacau em muitos anos, superando somente a safra 2007/08, que atingiu 142 mil toneladas.

O diretor executivo da AIPC, Eduardo Bastos, diz que a indústria vem buscando outras fontes de suprimento da matéria-prima, devido à forte quebra da safra brasileira, aliada à insuficiência da oferta local.

Atualmente, o Brasil importa somente de Gana, que tem o cacau mais caro da África. “A AIPC está trabalhando junto ao Governo Federal, Ministério da Agricultura, MDIC, e Itamaraty, na tentativa de negociar a retirada do embargo que inexplicavelmente proíbe a importação do cacau da Costa do Marfim desde 2012, além de viabilizar outras origens como Camarões e Togo. A necessidade, diante do forte risco de desabastecimento do mercado interno, é de que consigamos alguma solução ainda este ano”, observa Bastos.

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