Com seca, perda na safra de café no cerrado mineiro chega a 12%

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Chuvas irregulares de julho prejudicaram a florada e produtores agora temem próximos anos.

A seca afetou as principais cidades produtoras de café no Cerrado de Minas Gerais, a perda estimada da safra que acabou de ser colhida é de 12%. Mesmo as lavouras irrigadas foram atingidas pela estiagem prolongada.
Na fazenda do produtor rural Gustavo Ribeiro, em Patrocínio, metade dos 250 hectares de café são irrigados. Na última safra a perda de produtividade foi de 8%. As chuvas irregulares de julho prejudicaram a florada dos cafezais.
– A planta vinha de período de stress e nós tivemos 20% a 30% das lavouras soltando flores. Se as chuvas tivessem se mantido talvez nós não teríamos grandes problemas, mas como veio seguido de sol muito quente, umidade baixa e não choveu nós também contabilizamos muitas perdas com isso – afirma Ribeiro.
De janeiro a agosto deste ano o índice pluviométrico na região foi 45% menor do que o mesmo período do ano anterior. Mesmo em lavouras irrigadas os produtores têm encontrado dificuldades. Na propriedade de Ribeiro a técnica utilizada é a de gotejamento e o nível do reservatório que abastece as mangueiras encontra-se bem bem abaixo da média. Por isso, nas últimas semanas os cafezais passaram a ser irrigados somente de madrugada.
– Aqui na nossa propriedae nós nunca vimos o nível tão baixo como está agora. Nós não temos condição de irrigar conforme o necessário, do jeito que a planta precisa. Se eu pudesse eu irrigava 24 horas por dia e agora eu tenho que irrigar só a noite porque não tem água para suprir a bomba – lamenta Ribeiro.
Segundo dados da Expocaccer, cooperativa que atua nos 55 municípios do Cerrado mineiro, a perda estimada para safra desse ano é de 12%, um total de 600 mil sacas a menos do que o esperado.
– Nós vimos os grãos chochos, mais leves e isso ocasionou uma quebra na safra. Quando nós gastávamos em anos anteriores em torno de 450 litros a 480 litros que vinha da lavoura para ser limpo e formar uma saca de 60kg, esse ano nós gastamos em torno de 520 litros ou até um pouco mais – comenta o especialista em mercado interno, Joel de Souza Borges Moreira.
Com a estiagem prolongada, os grãos tiveram a maturação prematura e a produção do café de varreção aumentou em 15%. O desenvolvimento dos grãos comprometidos prejudicou também a qualidade da bebida.
– Se você tem um grão de varreção e com problema de bebida com certeza o preço dele também será inferior. Nós estamos vendo um momento com grandes altas nas bolsas de Nova York e este ano nós vimos isso para os cafés finos os outros café os outros cafés nós não tivemos tanta incidência de valores altos em função da qualidade – diz Moreira.
E como a chuva não vêm, o produtor fica preocupado com a próxima safra.
– O período vegetativo da planta foi comprometido e agora a gente tem floradas que vieram e nós não sabemos dizer o quanto disso realmente vai dar frutos – afirma o produtor.

Fonte da reportagem: http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2014/10/com-seca-perda-na-safra-de-cafe-no-cerrado-mineiro-chega-a-12-4627177.html

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