O que o Brasil ainda pode ganhar nos Jogos Olímpicos do Rio?

Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach
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Após uma primeira semana decepcionante, a segunda metade dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começou vitoriosa para o Brasil com as medalhas na ginástica artística, maratonas aquáticas, salto com vara masculino e canoagem. Em contrapartida, as eliminações precoces da seleção feminina de handebol e de Fabiana Murer voltaram a atrapalhar os planos da delegação.

Até o próximo domingo, no entanto, a torcida verde-amarela ainda tem muito o que torcer para que o atual número de medalhas (10 conquistadas e mais duas garantidas) aumente. Confira:

Atletismo: mais uma chance de medalha

Thiago Braz, no salto com vara, conquistou a primeira medalha de ouro olímpica da modalidade para o país desde Maurren Maggi. Foi uma surpresa, já que a aposta do COB para o atletismo era na prova feminina, com Fabiana Murer. E ela acabou eliminada ainda na classificatória, nesta terça-feira, errando suas três tentativas de salto à altura de 4,55 m.

Mas ainda há outra candidata brasileira a medalha: a marchadora Erica Sena. No final de julho, ela herdou o bronze no Mundial de Roma, após a campeã, Hong Liu, da China, ser pega no doping. A prova dos 20km de marcha feminina está marcada para a sexta-feira (19), às 14h.

Boxe: um ouro e um bronze?

Os ringues prometiam duas medalhas ao país antes dos Jogos começarem. Chances para isso ainda existem, mas não é tão fácil. Robson Conceição já garantiu ao menos uma prata. Ele venceu o cubano Lázaro Alvarez, tricampeão mundial, na semifinal e está a uma vitória do inédito ouro. Medalhista dos dois últimos Mundiais, ele, teoricamente, é favorito contra o francês Sofiana Oumiha nesta terça, às 19h15.

A outra representante brasileira ainda viva na competição é Andreia Bandeira (75kg), que venceu sua luta inicial de forma polêmica, com a arbitragem bastante questionada, e está a uma luta de garantir o bronze. Nas quartas de final, marcada para quarta-feira (17), ás 15h, encara a chinesa Li Qian, vice-campeã mundial em 2014.

Canoagem: Isaquias busca três medalhas

Isaquias Queiroz é a maior esperança de medalhas do Brasil no Rio de Janeiro. Ele pode subir até três vezes no pódio na Lagoa Rodrigo de Freitas. Uma abordagem mais realista prevê ao menos duas conquistas para o canoísta. E a primeira já veio nesta terça, no C1-1000 m. O canoísta baiano faturou a prata após ficar atrás apenas de seu grande rival, o alemão Sebastian Brendel, atual campeão olímpico e mundial.

A segunda prova é o C1-200 m (eliminatórias na quarta, às 9h23), na qual tem menos experiência. Ainda assim, foi bronze na distância no Mundial do ano passado e pode surpreender. Por último, no sábado (às 9h21), Isaquias vai à Lagoa com Erlon Silva para o C2-1000 m, prova em que a dupla é campeã mundial.

Futebol: jejum de ouro pode terminar

Com Neymar, a seleção masculina era tratada como ouro certo por muitos especialistas. As mulheres, sem resultados consistentes nos últimos anos, eram apontadas como zebras. Hoje, os dois times têm chances parecidas. O masculino superou uma primeira fase ruim e está na semifinal, contra Honduras (quarta, às 13h).

O feminino, ao contrário, passeou no grupo, mas suou para bater a Austrália nas quartas. A sorte é que os EUA, grande força da modalidade, caiu no primeiro mata-mata. A semifinal será contra a Suécia (terça, às 13h), goleada por Marta e companhia na primeira fase.

Handebol: pedreira no caminho da medalha

Uma das modalidades que mais empolgou o público na primeira semana, o handebol não estava na lista de favoritos à medalha do COB. O time feminino, comandado pelo dinamarquês Morten Souback, era bem cotado pelo título mundial em 2013, mas a competitividade do esporte e o mau desempenho no Mundial do ano passado deixaram os dirigentes ressabiados. E o temor se confirmou. O time perdeu para a Holanda nesta terça e acabou eliminado.

Mas ainda há esperança do lado masculino, embora a parada seja ainda mais dura. A seleção surpreendeu e bateu as favoritas Polônia e Alemanha na primeira fase, mas o tropeço contra o Egito e as derrotas “normais” para Eslovênia e Suécia deixaram o país na terceira colocação. Com isso, o Brasil encara ninguém menos que a França, atual campeã olímpica e mundial.

Hipismo: nova medalha é difícil

O time que abriu mão de Rodrigo Pessoa é uma aposta do COB para a competição. A Copa das Nações será realizada nesta terça e quarta. O primeiro dia foi bom para o Brasil. Doda Miranda, Stephan Barcha e Pedro Veniss zeraram seu percurso e apenas Eduardo Menezes fez uma falta. O nível da modalidade, porém, é alta. O time brasileiro depende de atuações muito boas para sonhar com mais uma medalha na modalidade.

Levantamento de peso: punições por doping podem gerar surpresa

Fernando Reis, da categoria acima de 105kg, é uma surpresa nas apostas do COB para o Rio-2016. O brasileiro foi apenas o 10º no último mundial. Mas suas marcas melhoraram nos últimos meses e ele promete levantar até 440kg. Com a ausência de atletas suspensos por doping ou envolvidos na polêmica lista da Wada, ele entra no grupo dos que podem chegar ao pódio. Sua prova será nesta terça.

Luta Olímpica: Aline Silva pode repetir mundial de 2014?

O esporte nunca teve um brasileiro no pódio olímpico. Isso pode mudar com Aline Silva. Vice-campeã mundial em 2014, ela chegou à disputa por medalha (mas perdeu) também em 2015. Sua fase é boa, já que ela foi bronze no evento teste da Rio-2016. Além disso, o Brasil ainda pode ver surpresas como Joice Silva, campeã do Pan de Toronto, e Laís Nunes, bronze no evento teste.

Pentatlo moderno: Yane Marques é uma incógnita

Quando Yane Marques foi medalhista de bronze nas Olimpíadas de Londres-2012, pouca gente apostava na pernambucana. Hoje, ela ficou famosa, foi a porta-bandeira da delegação brasileira na abertura dos Jogos e chega ao Rio com resultados importantes. Ela tem dois pódios em mundiais no ciclo olímpico (prata em 2013 e bronze em 2015). O problema é que, no Mundial de 2016, em Moscou, ela foi apenas a 13ª colocada.

Polo aquático: começo arrasador pode ter sido ilusório

Maior surpresa dos esporte coletivos ao lado do handebol masculino, o time de polo aquático masculino do Brasil ganhou da Sérvia, atual campeã mundial, europeia e da Liga Mundial. O problema é que o encanto durou três partidas. O time comandado por Ratko Rudic perdeu dois jogos seguidos e passou para as quartas de final em terceiro lugar. No mata-mata, enfrenta a Croácia, atual campeã olímpica. Os brasileiros já ganharam dos croatas uma vez, no ano passado. Por isso, uma nova vitória é possível. Mas improvável.

Taekwondo: categorias unidas diminuem chances

O esporte que já trouxe um bronze para o Brasil (Nathália Falavigna em 2008) precisa apostar em dois atletas fora de suas categorias para sonhar com um pódio: Venilton Teixeira foi bronze no Mundial de 2015 nos 54 kg, mas teve de subir para os 58 kg no Rio, já que a categoria em que medalhou não era olímpica. O mesmo acontece com Iris Sing, bronze nos 46 kg em 2015 que compete nos 49 kg nas Olimpíadas.

Vela: chances grandes de um pódio com campeãs mundiais

Nesta terça-feira, se as condições climáticas permitirem, o Brasil vai disputar duas medalhas. A primeira é com Robert Scheidt, dono de cinco medalhas olímpicas. Ele, porém, precisa de uma combinação improvável de resultados (necessita colocar cinco barcos entre ele e o neozelandês Sam Meech e ainda ficar à frente do francês Jean Bernaz). O mesmo vale para Jorge Zarif, na Finn. Ele é o sexto colocado, a 12 pontos da medalha – com só uma regata pela frente, em que só é possível tirar uma diferença máxima de 18 pontos.

O Brasil, porém, ainda tem grandes chances com Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs mundiais da 49erFX em 2014. Nesta terça, elas disputam as últimas regatas de classificação. A dupla já chegou a liderar a disputa e hoje está em terceiro, a apenas cinco pontos da liderança. A medal race será na quinta-feira. Outra chance é na 470 feminina, com a medalhista de bronze de 2008, Fernanda Oliveira e sua proeira, Ana Barbachan. As duas estão em oitavo lugar a três regatas do final da fase de classificação.

Vôlei: sonho das duas medalhas sobrevive

No final da segunda-feira, a seleção masculina de Bernardinho conseguiu se manter na disputa. A equipe venceu por 3 a 1 a França e conquistou a classificação que, por alguns momentos, ficou ameaçada. Apesar de não conquistar uma medalha de ouro em competições mundiais há alguns anos, o time chegou na final da Liga Mundial em 2016 e é sempre um candidato a medalha.

Já a seleção feminina, de José Roberto Guimarães, está voando em busca do tricampeonato olímpico: o time chegou às quartas de final sem perder nenhum set. O rival nesta terça-feira é a China, às 22h15.

Vôlei de praia: uma medalha garantida, mais duas devem aparecer

O Brasil colocou três duplas nas semifinais em Copacabana. A eliminação precoce de Evandro e Pedro Solberg frustrou as expectativas do COB, que sonhava com quatro medalhas nas areias. Larissa e Talita só perderam um set até agora, são favoritas ao ouro e têm, teoricamente, a chave mais fácil. Já Agatha e Barbara enfrentam a tricampeã olímpica Walsh, que faz dupla com Ross e vem tendo uma grande campanha até agora. Na pior das hipóteses, o Brasil já tem ao menos um bronze. É possivel, no entanto, repetir Atlanta-1996 com uma nova final brasileira.

Na chave masculina, Alison e Bruno Schmidt se recuperaram da derrota na primeira fase e chegam embalados à semifinal após eliminar a dupla do campeão olímpico Dallhausser. O próximo jogo, no entanto, é contra a forte dupla holandesa.

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