O mexicano Jose Melena, 62 anos, trabalhador de uma empresa que produz enlatados de atum em Sante Fe Springs, no estado da Califórnia (EUA), morreu de forma brutal por acidente. Jose estava limpando e fazendo a manutenção do forno na fábrica em que trabalhava, a Bumble Bee Foods. Dois colegas acharam que ele estava no banheiro e acabaram ligando o equipamento que assa o pescado. O empregado foi assado vivo, em meio a mais de cinco toneladas de atum.

Melena fazia manutenção no forno de 10,5 m de comprimento quando seus colegas lotaram o aparelho com 5,54 toneladas de atum e ligaram, o equipamento sem saber que ele estava lá.

O forno foi ligado a mais de 132ºC. O corpo do trabalhador só foi achado duas horas depois, quando o forno foi aberto. Esse é o tempo que o aparelho leva para esterilizar e assar o alimento.

Depois de alguns minutos, funcionários foram chamar Melena. Não o encontraram e o procuraram pela empresa. O carro dele foi localizado no estacionamento. Um dos empregados desconfiou que Melena poderia estar dentro do formo. Após duas horas de buscas, encontram o cadáver no equipamento, descrito por empregados da fábrica como uma “máquina potente de vapor”.

Melena deixou seis filhos: Emma, de 44 anos, Antonio, de 39 nos; Alma, de 36; Sara, de 28; Cristina, de 26; e Pedro, de 21. Todos fizeram ou estão fazendo faculdade. A mulher dele também se chama Sara. O casal tem oito netos.

Melena nasceu em Urequio, no México, e se mudou para a Califórnia em 1971, em busca de uma vida melhor para os filhos. “Ele teve vários empregos, até se estabelecer na fábrica”, disse Sara.

— Ele trabalhava duro. Acordava às 4 horas da manhã para ir ao serviço. Cada centavo economizado em anos de trabalho foi gasto na faculdade dos filhos. Era um pai atencioso e gentil, e muito generoso. Seu maior prazer, nas horas vagas, era jardinagem. A morte dele uniu ainda mais a família.

A indenização à família de Melena não foi divulgada. A filha de Melena, Cristina, de 26 anos, foi internada em estado de choque: soube da morte terrível do pai pela televisão.

O acidente aconteceu em outubro de 2012, e só na última segunda-feira (27) a empresa e dois funcionários foram julgados pelo incidente.

O diretor da fábrica, Angel Rodríguez, de 63 anos, e o ex-supervisor de segurança Saúl Florez, de 42, foram acusados de
não seguirem as normas de segurança, de acordo com as leis americanas, e considerados culpados.

Eles podem pegar três anos de detenção cada um. Cada um deles pode ter de pagar, ainda, cerca de R$ 750 mil de multa.

Já a empresa cuja fábrica produz o atum pode ter de desembolsar R$ 4,5 milhões de multa por não respeitar normas de segurança.

A empresa também pagou multa de R$ 220 mil por não avaliar riscos aos seus funcionários .

A companhia lamentou a morte do trabalhador, mas comunicou que vai recorrer da decisão da Justiça