Cigarro eletrônico: a nova moda que pode deixar entre a vida e a morte

Foto Capa: G1
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Com aroma e sabor agradáveis, os vapes chegaram ao mercado em 2005 com a propaganda de serem uma opção menos agressiva que o cigarro comum para pessoas dependentes de nicotina. O argumento principal dos defensores é que, ao contrário do cigarro comum, que contém tabaco e funciona por combustão (queima), liberando monóxido de carbono (que é cancerígeno), o vape é por vaporização, sem queima e, por isso, menos prejudicial.

Só que a realidade é diferente, de acordo com a explicação dos especialistas. O cigarro eletrônico tem mais de duas mil substâncias, várias delas tóxicas e cancerígenas, como: glicerol, propilenoglicol, formaldeído, o acetaldeído, a acroleína e a acetona. Para além disso, a maioria tem nicotina — substância altamente viciante — e em maior quantidade que o cigarro comum. O que faz com que as pessoas se viciem mais rápido.

Em menos de duas décadas dos dispositivos no mercado, ele já deu origem a uma doença específica, com estragos são devastadores, mesmo entre aqueles que fumam vape há pouco tempo. Uma lesão pulmonar que pode levar à morte em um curto espaço de tempo: a evali. Só nos EUA, foram cerca de 70 mortes, segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), órgão de saúde norte-americano.

Puxar o ar pelo nariz, mas não conseguir respirar. Sensação de “quase morte”. Cansaço para fazer as atividades mais simples do dia a dia. Esse é o relato do farmacêutico Arnaldo Machado, 47 anos, que teve complicações graves após o uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, e passou um mês e meio na UTI entre a vida e a morte.

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Arnaldo usou cigarro eletrônico por nove meses, teve evali e passou 43 dias na UTI — Foto: G1

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Embora a comercialização no Brasil seja proibida, esses dispositivos podem ser encontrados em qualquer esquina – e o consumo, especialmente entre os jovens, só tem aumentado, com sérias consequências para a saúde.

“Eu tive um colapso, meu pulmão parou e aí eu passei a jornada mais cruel da minha vida por conta de um aparelho que hoje eu vejo milhares de pessoas fazendo o uso. Esse aparelho mata, esse aparelho tira vida, não deveria nem estar sendo discutida a possibilidade de ele ser legalizado”, afirma o farmacêutico Arnaldo Machado.

Em meio a esse cenário, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne na sexta-feira (1°) para discutir uma proposta de consulta pública para revisar a norma vigente, que atualmente regulamenta a proibição. Em paralelo, começou a tramitar no Senado Federal um projeto de lei que, se aprovado, autorizará a venda no país.

Como pano de fundo, há uma pressão da indústria do tabaco: o argumento principal é que permitir a venda facilitaria o controle. De outro lado, entidades médicas e especialistas refutam essa justificativa e alegam que a autorização seria um risco à saúde e um retrocesso no combate ao fumo.

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM), Instituto Nacional do Câncer (Inca), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira (AMB), entre outras entidades médicas, se posicionam contra a liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil.

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Reportagem: Lhorrayne Martins/ Portal SG AGORA / Fonte da Reportagem e Foto Capa: G1

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