Sangotardenses: Entendam o EBOLA, a doença que está assustando o mundo

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Tratamento é precário e chega a custar US$ 1 mil por hora; segundo a OMS, taxa de mortalidade é de aproximadamente 70%.

O Ebola é um vírus que provoca uma doença violenta e altamente letal. Mas, na verdade, não é o vírus que mata as pessoas infectadas. Ao invés de atacar o sistema imunológico, como o vírus da AIDS, o Ebola age de maneira mais sutil e inteligente, fazendo com que o próprio organismo se destrua. A maior parte das mortes ocorre por queda na pressão arterial resultante da perda de sangue.
A reação do sistema imunológico chega a ser tão intensa que torna as veias frágeis, o que provoca as hemorragias e sangramentos pelos poros. Isso ocorre porque o corpo só recebe o “alerta” quando a infecção já se encontra em nível avançado — segundo uma reportagem do The New York Times, uma gota de sangue de um paciente com Ebola pode conter cerca de 10 bilhões de partículas do vírus.
A mesma quantidade de sangue em pacientes com HIV, por exemplo, carrega entre 5 mil e 100 mil partículas de vírus, enquanto em pessoas com Hepatite C não tratadas o volume varia entre 5 milhões e 20 milhões.
O Ebola também é prodigioso em termos de sobrevivência. Embora não se espalhe pelo ar — as principais formas de transmissão são por meio de fluidos corporais de pacientes que já desenvolveram os sintomas — o vírus não precisa de muito esforço para encontrar a vítima. Ele pode sobreviver por horas em superfícies secas, como maçanetas de portas — ou dias, se estiver em contato com algum fluido corporal, como a saliva. Depois disso, basta alguém coçar o nariz ou o olho para ser infectado.
O vírus também conta com um comportamento nobre e fundamental do ser humano para se espalhar: a necessidade de tocar e permanecer próximos aos doentes — por isso que médicos, enfermeiros e parentes próximos são as principais vítimas de contágio. “O mecanismo que o Ebola explora é extremamente insidioso. O vírus ataca o cuidado e o amor, sobrepondo-se às mais profundas e distintivas virtudes humanas”, afirma Benjamin Slate, professor de Filosofia e Estudos Ambientais da Universidade do Colorado.
E tem outra: é possível que o vírus esteja se modificando para uma versão ainda mais perigosa. De acordo com um dos cientistas-chefe do Instituto Nacional de Alergologia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), Peter Jahrling, testes recentes feitos com pacientes da Libéria mostram que a quantidade de partículas de vírus no sangue aumentou, o que eleva também o risco de contágio.

Dentro do corpo

Quando o organismo percebe um agente patogênico, uma proteína alerta as células saudáveis do corpo sobre o invasor, preparando a “resistência”. A mensagem é enviada diretamente ao centro de comando da célula por uma “via de emergência”, que libera o interferon, agente que irá combater os corpos estranhos. Mas isso não funciona com o Ebola.
O vírus ‘hackeia’ esse sistema de comunicações ao anexar uma outra proteína, que aumenta o volume da primeira. Com isso, o mensageiro torna-se irreconhecível e não pode entrar nas células, fazendo com que o sistema imunológico ignore o problema. Sem ameaças, o vírus fica livre para agir — e se reproduzir.
O Ebola ataca órgãos e células, matando-as por dentro e provocando o rompimento das membranas, lançando novas partículas no sangue. A essa altura — quando os sintomas já são evidentes –, o sistema imunológico passa a agir, porém sem coordenação, já que a comunicação entre o sistema e as células continua comprometida. Para conter a infecção em seu nível mais avançado, as defesas acabam destruindo também o próprio organismo.
Isso ocorre porque essa sequência de eventos gera uma “tempestade de citocina”, ou seja, a produção exarcebada de proteínas para combater o vírus, entre elas uma chamada interferona. O problema é que, em um organismo infectado com o Ebola, não há um ‘comando’ para cessar a geração dessas proteínas. Com isso a pessoa tem febre alta, acúmulo de fluidos, células mortas e sangramentos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 70% dos pacientes infectados com Ebola morrem. Entretanto, há sobreviventes mesmo entre pessoas na África que não têm condições de pagar pelo tratamento. Segundo o NY Times, boa parte dos infectados simplesmente são enviados de volta para casa para morrerem.

Chances a mais

Como não há tratamento nem vacina específica, a única maneira de manter o paciente vivo é combatendo os sintomas. São injetados fluidos intravenosos para que os órgãos continuem funcionando e repor a perda ocasionada pela doença, ventiladores pulmonares, ingestão de líquidos e medicamentos para manter a pressão sanguínea. Esse tratamento aumenta as chances, mas não garantem a sobrevivência.
Por outro lado, poucas pessoas no mundo podem bancar essas chances a mais. Nos Estados Unidos, o tratamento custa cerca de US$ 1 mil por hora. Ainda não há medicamento ou vacina aprovada para combater o Ebola.

Sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença provocada pelo vírus Ebola é caracterizada por febre súbita, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Em seguida, a pessoa apresenta sintomas mais severos, como vômitos, diarréia, disfunção hepática, erupções na pele, insuficiência renal e hemorragias, tanto internas quanto externas.
O período entre a infecção e os primeiros sintomas varia de um até 21 dias. Apenas após o período de incubação é que a doença passa a ser contagiosa.

Fonte da reportagem: http://www.administradores.com.br/noticias/cotidiano/entenda-como-o-ebola-age-no-organismo-e-porque-e-uma-doenca-tao-mortifera/93832/

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