Colunista Josiane Resende Candido: VOCÊ JÁ PERDEU ALGUÉM?

Foto Capa: Divulgação/Arquivo Pessoal/Josiane Resende Candido
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Eu estava pesquisando sobre este tema e me deparei com uma matéria da revista superinteressante sobre a morte, ela se inicia com a seguinte história:

“Há muito tempo, no Tibete, uma mulher viu seu filho, ainda bebê, adoecer e morrer nos seus braços, sem que ela nada pudesse fazer. Desesperada, saiu pelas ruas implorando que alguém a ajudasse a encontrar um remédio que pudesse curar a morte do filho.

Como ninguém podia ajudá-la, a mulher procurou um mestre budista, colocou o corpo da criança a seus pés e falou sobre a profunda tristeza que a estava abatendo. O mestre, então, respondeu que havia, sim, uma solução para a sua dor. Ela deveria voltar à cidade e trazer para ele uma semente de mostarda nascida em uma casa onde nunca tivesse ocorrido uma perda.

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A mulher partiu, exultante, em busca da semente. Foi de casa em casa sempre ouvindo as mesmas respostas. ‘Muita gente já morreu nessa casa’; ‘Desculpe, já houve morte e nossa família’; ‘Aqui nós já perdemos um bebê também’. Depois de vencer a cidade inteira sem conseguir a semente pedida pelo mestre, a mulher compreendeu a lição.

Voltou a ele e disse: ‘O sofrimento me cegou a ponto de eu imaginar que era a única pessoa que sofria nas mãos da morte”.

O sofrimento pode nos cegar profundamente e a forma de nos libertamos desta cegueira é compartilhando a nossa história, é falando sobre ela.

Cada pessoa lida com a morte de uma forma única. Alguns buscam explicações, outros tentam aprender algo com ela, tem aqueles que preferem não falar sobre ela e ainda existem os que tem medo dela, mas de uma coisa todos sabem: a morte é a única certeza da vida.

Pensar na morte pode ser assustador, mas também é uma forma de pensar sobre a nossa vida. Será que estamos vivendo bem? Será que estamos aproveitando? Será que estamos aprendendo? Será que estamos apenas existindo? Será que estamos evoluindo? Será que estamos marcando a vida das pessoas de uma forma positiva? Será que estamos sendo bons com nós mesmos e com os outros? Será que estamos ACEITANDO as nossas escolhas e as escolhas das outras pessoas? Será que nós estamos presos a dores antigas? Será que nós estamos honrando as pessoas que se foram antes de nós?

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Como nós podemos honrar quem já foi embora? Eu acredito que a melhor forma de honrar as pessoas que amamos e que não estão mais aqui É VIVENDO BEM; É fazendo o que, infelizmente, não deu tempo delas fazerem aqui; É transformando o legado delas em algo ainda mais bonito; É falando sobre elas, porque muitas vezes nós acabamos excluindo essas pessoas das nossas vidas e nos recusamos a falar sobre elas, a ver fotos, a lembrar o quanto elas significaram e ainda significam para nós.

É fácil fazer isso? Claro que não e fica ainda mais difícil aprender a fazer quando nós não falamos sobre. A morte ainda é um tabu. Existe uma grande resistência para discutir este assunto e isso a torna ainda mais difícil, mais dolorosa, mais avassaladora. Assim como a morte, o suicídio também é um tabu e nós falaremos disso durante este e o próximo mês, porque nós PRECISAMOS falar sobre isso. Falar é parte essencial do processo de cura, porque falando você pode descobrir que esta dor e este sentimento não são só seus e que TUDO BEM se sentir da forma que você se sente.

Não se esqueça: nada do que você sente é errado.

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Josiane Resende Candido é graduada em psicologia, pós graduada em dependência química, pós graduada em saúde mental e pós graduanda em terapia cognitivo comportamental. Trabalha há mais de sete anos com saúde mental e dependência química. É supervisora institucional do CAPS de São Gotardo e trabalha também no Centro de Covid de Lagoa Formosa.

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Reportagem: Josiane Resende Candido / Supervisão: Diego Oliveira/Portal SG AGORA / Foto Utilizada e Foto Capa: Divulgação/Arquivo Pessoal/Josiane Resende Candido

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